17 março, 2010

Estradas Romanas




Por Luciano Gazola
ESTRADAS ROMANAS:


INTRODUÇÃO

Desde os tempos de Abraão já haviam caminhos cruzando toda Terra de Canaã em todas as direções. Nos dias dos patriarcas esses caminhos não passavam de trilhos por onde passavam as caravanas dos mercadores e dos pastores de rebanhos. Já no tempo de Josué, de Juizes e da Monarquia podemos perceber relatos de carros ferrados que certamente exigiam estradas mais definidas embora seguindo os trilhos antigos.
Já todavia no tempo dos Romanos podemos perceber um desenvolver de tais estradas. Estradas pavimentadas para o deslocamento rápido de suas legiões militares. ( Textos Bíblicos de referência, Juizes 1:19, I Reis 22:31, 35:38; e II Reis 23:30, Atos 8:28 )



1.) Estradas da Palestina

A Palestina aquela faixa estreita correndo do norte ao sul, com o Mediterrâneo de um lado e o deserto do outro sempre foi um local de passagem. E isso ela deve a seu trágico destino ( tão claro hoje como sempre ) de um país continuamente assediado. Todavia não é nada fácil movimentar-se através da Palestina.
Podemos dividir em quatro grandes grupos estas estradas:
A.) Grupo da Costa: Eram estradas que corriam paralelas a costa do Mediterrâneo, conhecidas também como “Caminho dos Filisteus”. Tinham sua origem no Egito e estendiam-se até a Fenícia e a Síria do Norte, onde se desviavam para Oeste na direção da Ásia menor , e para Leste na região da Mesopotâmia. Esse grupo de estradas devido sua importância internacional era também chamado de “caminho das nações”. Os exércitos das nações do norte e também do sul da Palestina se deslocavam por estas estradas para seus encontros bélicos.
B.) Grupo Central: Esse grupo partia do sul da Judéia e passando por Hebrom, Belém, Jerusalém, Betel, Siquém, Samaria, ia até Capernaum ao norte da Galiléia onde entroncava até com a estrada de Damasco.
C.) Grupo da Transjordânia, ou do Leste: Havia pelo menos duas estradas neste grupo. Uma que partia do vau do Jordão em frente a Jericó e se dirigia para o norte pelo lado Leste do Jordão até o vau que fica de fronte a Bete-Seã. A outra origina-se em Elate, no fundo do golfo de Acabe, passando por Petra e do Leste do Monte Seir e do Mor Morto.
D.) Grupo de Damasco: Neste grupo encontra-se duas estradas que partem da velha cidade Síria e se dirigem ao Mar Mediterrâneo.

Basicamente há três estradas principais dentro da Palestina que iam do Norte para o Sul; a SEFELÁ que é a melhor estrada, mas vai de encontro a cadeia montanhosa do Carmelo. A do VALE DO JORDÃO, que fica intransitável durante meses por causa do calor, sendo perigosa ainda em toda e qualquer época por causa da feras. A que segue o CUME DA MONTANHAS, esta é a mais bela e a mais usada na época, porém era evitada pelo Judeus mais rigorosos que preferiam fazer uma grande volta por causa dos heréticos samaritanos. Entretanto parece que Jesus não deu importância a este fato, pois pelo menos em três vezes durante o seu ministério Ele atravessou a Samaria, quando manteve o memorável diálogo com a mulher samaritana junto ao poço de Jacó( João 4:3-42). Quando os discípulos rogaram a Jesus que fizesse descer fogo do céu para consumir os samaritanos que rejeitavam a presença de Jesus ( Lucas 9:51-56 ). E quando curou os dez leprosos um deles sendo samaritano voltou para agradecer a graça recebida ( Lucas 17:11-19 ).

Durante a vida de Cristo a principal estrada comercial do País era sem dúvida aquela que corria do outro lado do Jordão. Era forte pelo movimento comercial e dentro da Palestina não havia rota comparável a esta pela importância do comércio que por Ela passava, caravanas e o transporte de alimentos.

Além da três estradas já citadas cujas dificuldades falemos havia também a chamada “ESTRADA REAL”, que saia do porto de Cesaréia ao norte do país, partindo de Citópolis. A estrada que saia de JOPE a NABLUS e a SIQUÉM, passando entre o monte Ebal e Gerizim. E também as estradas que seguiam de Jerusalém para todas as direções, duas para Gaza, uma passando por Belém , e outra pelo Vadi es Surar, duas para Jope, uma que passava por Emaús, a outra por Lida e acima de todas a famosa estrada de Jericó.

Em sua maioria as estradas da Palestina eram precárias e perigosas.

2. Como eram as estradas no Império Romano

Sabemos que a civilização Romana foi original e criadora em vários campos. O direito romano por exemplo, a arte romana, a política deixando assim muitas marcas em todo mundo.
As Estradas Romanas, perfeitamente pavimentadas, uniam todas as províncias do Império e continuaram a facilitar os deslocamentos por terra dos povos que se radicavam nas antigas terras imperiais ao longo dos séculos, apesar de seu estado de abandono, conservaram-se delas grandes trechos e seus traçados foram seguidos, em linhas gerais, por muitas das grandes vias modernas de comunicação.
As obras públicas tais como; pontes, represas e aquedutos ainda causam impressão pelo domínio da técnica e o poderio que revelam. Muitas cidades européias mostram ainda em seu conjunto urbano os vestígios das colônias romanas que foram no passado.
Um sistema de estradas que através de todo império, fazia parte essencial da sua força. As verdadeiras viae foram encontradas, com sua imensas placas de pavimentações assentadas em concreto, algumas com cinco metros largura e outras apenas dois e meio, mas com lugares preparados com intervalos onde os carros podiam fazer ultrapassagem. Existiam estradas feitas de terras batidas coberta com calçamento, com marcos orientadores ao longo das estradas. Existiam pontes feitas e também vaus aperfeiçoados com o fundo do vadi coberto de pedras com ranhuras profundas para que o condutor do carro colocasse a roda e assim pudesse atravessar por água. É muito provável que estas obras tenham sido feitas por Trajano e por Antoninos e mais tarde Dioclécio, então é muito provável que sobre administração de Augusto e Tibério a administração Romana tenha feito esforços para melhorar as comunicações.
Existia ainda um rede Correios que utilizava das estradas, iluminação pública.
Estudiosos dizem que o primeiro asfalto foi de confecção Romana, sabemos que utilizavam basalto e para isso cortadores de pedra para confeccionar suas casas e estradas. Existiam cobradores de pedágio e guardas que garantiam a segurança das pessoas que utilizavam as estradas, bem diferente das estradas da Palestina que enfrentavam o perigo dos salteadores, ladrões que volta e meia atacavam os viajantes. Também uma vasta rede de hotéis.
As estradas Romanas facilitaram muito a vida dos primeiros missionários que as utilizavam podendo ir de um lado ao outro com mais tranqüilidade. A verdade é que o império dominava uma certa tecnologia e tinha maquinários para confecção de suas estradas.


Pesquisa Feita por Luciano Daniel Künzel Gazola
Fontes Bibliográficas:
Geografia e História do Mundo Bíblico, Netta Kemp de Money( pag. 203 )
Geografia Bíblica, Osvaldo Ronis ( pag. 189 )
A Vida diária dos Tempos de Jesus, Henri Daniel Rops ( Pag. 157,167 à 172, 182,191,204,147 à 156 )
A Plenitude do Tempo, Adão José Pereira ( pag. 33,34 )
Internet: www.nomismatike.hpg.com.br/impromano/legadoromahtml

Um comentário:

Eduardo Gazola disse...

taí ... bem interessante.

Já tinha ouvido algumas coisas sobre como eram precisos os cálculos em cada estrada romana mas nada com tantos detalhes assim ...

O que é que faz o cara ficar a pé 1 semana hein???

hehehe