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17 março, 2013

O Milton Nascimento não pensava em nós - Zé Bruno

Assisti ao programa “On The Record” do canal Bis com John Mayer, um programa de entrevistas apresentado por Touré Neblett. 

Gosto do John Mayer como guitarrista e bluesman, ele me faz às vezes pensar que estou ouvindo um blues pop e clássico texano ao mesmo tempo, e com requintes de Stevie Ray Vaughan. A carreira Pop de John Mayer não me agrada muito, mas isso é apenas a minha opinião, o cara é uma celebridade, deve estar certo e eu errado seguramente. Que bom que não sou o dono da verdade, o mundo fica bem melhor assim...rsrsrs 

Voltando ao assunto, gosto muito de ouvir compositores falando sobre suas inspirações, gente que compõe falando no que pensava enquanto compunha, ou o que pensava antes de compor. Gosto muito de filosofar sobre o acaso que levou o poeta a descobrir sabedoria e transformá-la em arte digerível para a comunidade de admiradores. Gosto da contribuição que o compositor dá à humanidade através dos devaneios de sua reflexão. Gosto de gente que compõe e fala com as minhas emoções e com a minha razão ao mesmo tempo. Gosto de gente que sente o que fala, tanto quanto pensa antes de falar. Pra mim, a inteligência de quem escreve, é tão importante quanto a emoção contida no que escreveu. Pra dizer a verdade só me emociono com o que entendo. Recomendo este programa com John Mayer e o programa com David Gray, outro compositor e cantor britânico que admiro. 

Não sou o tipo de cara que procura sons, tons ou palavras que o povo goste de ouvir, estou sempre à procura de melodias e palavras que possam expressar o que eu quero falar, independente de quem vá ouvir. 

Nesta entrevista, John Mayer disse algo com o qual me identifiquei. Touré perguntou se a vida e as coisas que o rodeavam, faziam parte do seu universo inspirador, John Mayer disse que sua humanidade, seus erros e acertos, enfim, tudo, fazia parte de seu universo de inspiração, tudo vem da observação e do coração, disse ele: “Se você fechar o seu coração, você não será mais capaz de fazer música, apenas fazer gravações”. 

Achei isso fantástico! 

Nossa música cristã está amparada por um sem número de congressos que ensinam “adoradores” a “adorar”, que ensinam líderes de louvor a levar o povo a louvar. Não sou contra isso, absolutamente, tudo é necessário, mas sinto falta da filosofia da coisa. Temos uma prateleira cheia de opções musicais pra nossa Igreja cantar no domingo, são milhares, ou milhões de CDs lançados todos os meses, e sinto falta de algo que me soe novo. Alguém faz uma música sobre “Estar apaixonado por Jesus”, não faço juízo de valor, julgo ter sido uma experiência genuína individual de alguém, mas porque fez sucesso, o Brasil é invadido por uma avalanche de músicas sobre estar apaixonado. Uma música sobre a Chuva de Deus faz sucesso, de repente, é enchente de Manaus a João pessoa, de Brasília a Porto Alegre, toda Igreja grava um DVD sobre a chuva. Uma música sobre Restituição, e todos os compositores do Brasil recebem a mesma inspiração no dia seguinte. 

Estamos em busca da inspiração perdida ou da fórmula do sucesso? 

O sucesso não é pecado, mas ele vem depois da arte feita, não é produzido por antecipação. Quero ser Lennon/McCartney, e não Fernando/Sorocaba. Nada contra o sertanejo nem contra dupla em questão, apenas nomes que me vieram à mente, mas quero ser inspirado pelo que me faz sentir, entender e viver, e não inspirado pelo sucesso de alguém pra ter o que o “bem sucedido” tem. 

No mundo inteiro há compositores tentando achar a fórmula do sucesso, o elixir da aceitação pública, o caminho místico que leva ao Grammy, cada dia uma tentativa nova acontece. O pior é que dá certo, o povo gosta!!! 

Lererê Lererê, é o tchan, eu quero tchum eu quero tchá, tchêtchererêtchetche fulano de tal e você! 
Eu entendo...todos querem dar certo...vá lá...normal. 

Meu consolo matemático é que por mais longeva que seja a manifestação, um dia o limite estatístico das combinações possíveis do alfabeto ocidental colocará um ponto final nessa onomatopeia. É a redenção que espero. Se não viver pra isso, pelo menos usei e abusei da liberdade de escolha individual do ser humano. 

Eu sei o que você vai me dizer, o mundo musical não existe pra mim, a música é de todos, eu sei, é apenas o meu direito de falar e ouvir. Quem mandou acessar este blog...rsrsrsrs 

Não estou dizendo que sou bom, ou certo, e o resto errado, ou ruim, apenas aqui quero revelar como penso e sinto, e de alguma forma compartilhar com alguns, o que julgo ser importante. Não sou o dono da verdade, ao contrário do rei Roberto, esse cara não sou eu! 

É comum ver na terra gente que tenta achar a fórmula, é normal acontecer com quem só quer a fama, tudo bem...mas não conosco! Não com a gente, não com quem tem uma contracultura, não com quem tem o evangelho, não com quem deve apresentar a Deus um culto racional, não com quem deveria pensar pra falar e sentir pra compor. Não podemos nos auto-plagiar, não estamos procurando o que dá certo, já temos o que dá certo, precisamos desenvolver a nossa arte. 

Não sou contra o mercado, nem contra o sucesso, nem contra o comércio, eles são amorais, imoral é o homem, é quem se move neles, e do jeito que se move neles. 

“Se você fechar o seu coração, você não será mais capaz de fazer música, apenas fazer gravações”. 

Penso que temos muitas gravações. 
Penso que tem muita gente gravando e poucos compondo. 
Penso que o mundo não sabe, mas espera pelo que temos a dizer. 
Penso que temos muito a dizer 
Penso que temos que pensar antes de dizer 
Penso que temos preguiça de pensar 
Não quero pensar que somos incapazes de pensar 
Penso, logo existo. 
Se penso mal sou uma aberração da existência 
Mas se penso bem, penso que pode existir uma saída pra nós. 

Certas canções que ouço 
Cabem tão dentro de mim 
Que perguntar carece 
Como não fui eu que fiz 
Certa emoção me alcança 
Corta minha alma sem dor 
Certas canções me chegam 
Como se fosse o amor 
Contos da água e do fogo 
Cacos de vidas no chão 
Cartas do sonho do povo 
E o coração do cantor 

Vida e mais vida ou ferida 
Chuva, outono ou mar 
Carvão e giz abrigo 
Gesto molhado no olhar 
 Calor invade arde queima 
Encoraja amor Invade arde carece de 
Cantar amor . . . 

- Cê tava cantando pra gente Milton?...Tava pensando em nós?...Não?...Que pena...

***

Originalmente daqui.
Você já conhece o blog do Zé Bruno? Clica aí:

09 outubro, 2012

Cagar de porta aberta - Por Alexandre Gazola


Por Alexandre Gazola

A vida as vezes prega umas peças na gente, e algumas dessas são puro presente de Deus pra gente. Foi assim que recebi esse doce presente do meu mano xaxa, que comumente não nos divide seus altos pensamentos, mas que veio surpreender com essa síntese do relacionamento com Deus numa analogia e muito mais do que isso, numa experiência viva e verdadeira do que é partilhar de todos os momentos com o Pai e desfrutar de Sua presença. 

Xaxão, te amo mano! E muito obrigado por nos presentear com seus pensamentos, que não nos esconda mais esse talento, afinal somos três!




Cagar de porta aberta
Se alguém pedisse pra mim descrever a palavra intimidade eu responderia cagar de porta abertaNo sul existe uma expressão que diz: Amigo de cagar de mãos dadas, isso significa parceria ,amor e muita intimidade. Quem é casado sabe bem como é, alguns demoram um pouco,outros já cagam de porta aberta logo na lua de mel, assim que somos uns mais tímidos e outros menos.


Um dia desses melhor dizendo uma noite dessas eu estava trabalhando, e hoje em dia não trabalho mais no trecho (rodovias) 
ainda trabalho com caminhão mas ando quase só no mato puxando madeira pra uma fábrica de celulose, e é nesse mato que vejo muitos bichos, cobra, queixada , anta ,lobo guará e já vi até uma onça parda, e foi justamente lá no lugar onde vi a a onça, que minha barriga pediu arrego; eu havia tomado uns tereré meio forte para passar a noite acordado e não tive escolha, vesti toda aquela parafernália de EPI, perneira, capacete, lanterna, todos equipamentos obrigatórios e desci do caminhão. 

Se eu usasse todos aqueles adjetivos, Soberano Deus, Pai da eternidade, Senhor dos Exércitos, eu cagava nas calças, então o papo foi reto, tamo junto vem comigo afasta as peçonhentas que o resto eu faço, e assim foi o eleriado... Quando voltei para o caminhão fui tomado por uma unção e não foi a unção do alívio, FOI DEUS MANO... e antes que Ele falasse algo já fui logo dizendo:
- Pô eu sei que hoje não havia falado contigo, pega leve aí, eu TE AMO e isso foi muito sincero.

Na moral, pude sentir Deus falando na hora comigo "Eu te amo meu filho e sempre estou contigo", sinceramente é difícil passar um dia que eu esteja só no caminhão que eu não fale com Ele, louve e ore. Bato papo mesmo cara, eu piro com Deus e isso pra mim é muita intimidade poder falar e estar com Ele incondicionalmente.

Ter Jesus na sua vida e cagar de mãos dadas com Ele não é tão difícil, basta você reconhecer ele como Senhor e Salvador de sua vida de todo seu coração, o difícil é seguir aquele eleriado todo da igreja.


Não me leve a mal, mas minha cara e meu estilo é bem overall (Charlie Brown Jr)

22 junho, 2012

O momento - por Eduardo Gazola



As vezes deixamos passar os bons momentos. 

É sem perceber que perdemos esses momentos. 
A primeira palavra do seu filho, o primeiro passo. 
O hora certa de fazer o carinho no rosto da pessoa amada. 

Estamos ocupados. Estamos corridos.

Dormimos tarde, acordamos cedo, almoçamos correndo. 

Aquele momento que deixei passar nunca mais se repetirá. Outro talvez, mas aquele nunca mais. Os ponteiros teimosos do relógio giram somente para a frente. 

Havia um tempo em que uma gota de chuva no rosto era um carinho especial de Deus, e hoje atrapalha o meu caminho. O momento que eu deixei passar, eu perdi. 

Mas não precisa ser assim. 
Eu posso passar a aproveitar melhor os momentos que recebo gratuitamente. 

Posso dar maior atenção aos meus amigos, ter mais tempo para eles.
Posso ter mais tempo para minha família, posso fazer melhor. 

E você? 

Vou tentar argumentar e dizer que preciso trabalhar, é verdade, eu realmente preciso trabalhar. Mas quando eu começo a perder o pôr do sol trabalhando, algo está errado. 

Posso tentar dizer que também meus amigos são ocupados, mas é fato que alguém precisa dar os primeiros passos. 

Aquela gota de chuva que caiu e aquele raio de sol que aqueceu aquela tarde sábado ... foram e não voltarão. Haverá um tempo em que eu não poderei mais aproveitar um raio de sol e nesse dia, como na música epitáfio do titãs, talvez eu vá remoer e me arrepender. 

Fato é que são esses pequenos momentos que realmente nos dão prazer, e haverá tempo em que eles não terão o mesmo sabor. Uma maçã murcha não tem o mesmo sabor da tenra fruta tirada do pé. 

Há coisas que não podem ser deixadas para amanhã. Nenhuma correria vai repôr esses pequenos fragmentos de vida que se perderam.

Eu não pretendo mais deixar para amanhã. 

Não temos nem teremos o controle de tudo, se o momento passar ele pode não repetir. 

Por isso deixe a chuva cair e molhar o rosto, deixe o sol brilhar e aquecer o corpo, deixe os filhos nascerem e aconchegar o coração. Há momentos que não podem ser adiados.

E você, vai só lembrar da chuva? 

Eduardo Gazola, Chapecó, SC
22 de Junho de 2012.


***
Deixo um pequeno presente que recebi do meu maninho Timóteo, vídeo e letra que me inspiraram à rápidas letras jogadas no texto pensando na chuva que eu não senti...

É só clicar no quero ler mais.

28 setembro, 2011

The Village(2004) - Um olhar da filosofia sobre a Verdade (por Eduardo Gazola)

por Eduardo Gazola
Esse excelente filme de M. Night Shyamalan (mesmo autor do Sexto Sentido), 2004, trata entre os meandros da trama, sobre o conceito de verdade absoluta

O filme fala sobre um grupo de pessoas traumatizadas pela violência do mundo que resolve isolar-se em uma vila criada no meio de uma reserva florestal. Eles abdicam totalmente do convívio com o mundo, tanto de tecnologias quanto pessoas. 
Para garantir o sucesso de suas escolhas eles criam uma verdade que garanta o isolamento da vila. Quero que vocês assistam o filme e portanto não irei dar mais detalhes sobre a trama, cabe ressaltar o genial autor, diretor e produtor M. Night e a atuação de Adrien Brody e Bryce Howard (que faz uma jovem cega), aonde até peguei um gancho e experimentei rodar por dentro de casa com os olhos fechados tentando fazer as tarefas comuns sem o auxilio dos olhos, indico a experiência...

Mas o que realmente me motivou a escrever esse texto depois de ter visto 3 ou 4 vezes o filme, é sobre o senso de verdade abordado pelo filme e que também permeia nossa vida, ou ainda o que é e pode ser aceito por conhecimento.

Como definimos o que é verdade?