11 fevereiro, 2010

A chuva de Baal era de Deus

por Guilherme Alexandre


Olá queridos e amados irmãos em Cristo, hoje gostaria de trazer uma meditação sobre a palavra de Deus de forma alegórica, mas que acredito que pode estreitar ainda mais os nossos laços de intimidade com Ele. E pra começar eu gostaria de falar que o efeito estufa já chegou a Fátima, como dizia o velho ditado nordestino: o deserto vai virá mar e o mar vai virar sertão, como em Fátima do Sul não tem mar, mas tem o Rio Dourados, tememos que ele vire sertão e por temer a maior parte da população da cidade, que por sinal não tem condições de ter ou freqüentar uma piscina, acaba aproveitando as águas cor de terra do Rio para se refrescar.

Como hoje, segunda-feira, é a minha segunda folga pastoral resolvi fazer jus aos benefícios secundários desse titulo e curtir um banho refrescante de córrego. Chamei minha namorada Natalia, meu amigo Paulo e sua namorada Renatinha e minha irmã Késia para desfrutar do que a natureza tem a nos oferecer, mas o Paulo me lembrou que junto com a oferta também vem à procura, no caso a procura das sucuris que habitam os córregos de Fátima em busca de alimentos. Pensamos melhor, juntamos três reais de cada e fomos tomar banho no único piscinão da cidade. Quando lá chegamos percebemos que as águas do Rio Dourados são mais limpas do que a da piscina. Mas quando não tem tu vai tu mesmo, resolvemos aproveitar.

Tentei no dia de hoje fazer de tudo para ver se passava o calor; tomei três banhos, resolvi limpar a casa só para estar em contato com a água, mas nada dava jeito. Nem mesmo a piscina foi capaz de conter tanto calor.
Sabíamos que a única coisa que poderia apagar a poeira e levar o calor embora era a chuva, chuvas dos céus, abundantes, serôdia, refrescante. E ela veio. Às 19h45m ela caiu sobre Fátima do Sul, quando ouvi o barulho da chuva meu coração se alegrou. Fiquei imaginando a sede da terra ao beber dessa chuva, em se abrir para receber a vida em suas entranhas.
E na mesma hora pensei em escrever para o Reflexão, por que entendo que através das suas obras Deus nos faz refletir sobre a sua pessoa:

Romanos 1.20
Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o principio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas.

Entendo que o calor que tem ocorrido, não só em Fátima do Sul, mas em todo planeta por conta do efeito estufa e do aquecimento global e as maneiras que encontramos para amenizar esse calor, pode de forma alegórica nos ensinar que também necessitamos de algo que sacie a sede da nossa alma. E quando Deus se manifesta nas coisas que ele criou e que são essenciais para a vida na terra, como por exemplo a chuva, ele está nos dizendo: EU SOU aquele que pode verdadeiramente fazer com que sua vida seja completa e cheia de sentido, eu posso matar a sua sede.
Não sou o primeiro a perceber que a obra de Deus da prova da sua existência e exprime a sua necessidade por uma percepção sequer de Deus. O salmista Davi, homem cheio da unção de Deus foi capaz de perceber a criação dando prova dessa necessidade de Deus e exprimindo através dela a sua necessidade por Deus.



Salmos 42.1
Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim por ti, ó Deus suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo;

Acho que por isso que num dia como o de hoje, fui capaz de sentir através dos eventos naturais a necessidade que tenho de Deus. E quando vi os pingos de chuva tocar harmoniosamente a terra me alegrei e percebi o quando preciso da chuva de Deus em minha vida.
E a chuva é sempre sinal de benção e na Bíblia sinal de vida, de esperança, de fertilidade e de restauração social. E para percebermos quão importância da chuva para terra, quanto da chuva ou presença de Deus em nossa vida, quero estudar com os amados leitores um pouquinho do contexto que envolve o texto de 1 Crônicas 17, quando Elias profetiza que por três anos e seis meses não choveria em Israel.

Os antigos fenícios ou cananeus eram adeptos da cultura politeísta, incluindo na sua crença uma percepção da presença do nosso Deus que era manifestado ou “conhecido” pela nomenclatura El. El era o Deus mais poderoso, o pai dos deuses, de temperamento manso, mas que acreditavam que era um deus que não se preocupava muito com o Povo. Já Baal era um deus menor, mas era o deus da fertilidade, da vida, das chuvas, do solo, responsável pela germinação de colheitas, pelo aumento dos rebanhos e por acrescer crianças a comunidade.
No entanto uma vez ao ano, mais precisamente na seca, era preso pelo deus Mot, deus do submundo ou dos mortos, que o aprisionava no Sheol, ou seja, reino dos mortos. Com isso a vida, a fertilidade, a germinação era retirada da terra. Nessa saga épica era necessário que Asherá ou Astarote, deusa guerreira fosse ao reino dos mortos e lutasse contra Mot e libertasse Baal para que ele trouxesse a vida de volta a terra.

Quando Elias profetiza ao Rei Acabe que por três anos e seis meses não choveria em Israel (1 Rs 17.1) como castigo pelo pecado da idolatria, por que Acabe tinha tomado a Princesa Fenícia Jezabel como esposa e incluído à religião hebraica o culto aos deuses cananeus regados com prostituição e lascividade, a profética seca mandada por Deus não estava simplesmente castigando o povo pelo desvio, mas tratado o caráter de um povo que se abriu para religião de Jezabel, mostrando que nessa epopéia não era Baal que trazia a chuvas, muito menos que era o dono da vida. Deus estava dizendo através do profeta Elias que ele não só se importava com o povo, mas como ele era o único que poderia oferecer vida de verdade (João 10.10).

Enviando uma seca totalmente fora de época e muito mais prolongada do que normalmente era quando Baal supostamente era aprisionado, Deus estava dizendo que tudo estava no controle dele, ele não era o El pai dos deuses e despreocupado com a humanidade, mas que era o Emanu(El), o Deus de perto, e que haveria de se mostrar ainda mais, na verdade se encarnar na realidade do homem criado a sua imagem e semelhança. “e o Verbo se fez carne e habitou entre nós”. (João 1.14)
Deus mostrava nas sombras do que estava por vir que era único, acima de todos os outros, que era Senhor dos céus e que nem mesmo Mot, deus da morte poderia detê-lo.
E Israel por ter se desviado dos caminhos do Deus verdadeiro se vê em situação de miséria e pobreza e isso não foi por falta de uma teologia da prosperidade, ou pela inexistência de um determinismo positivista evangélico, mas por que a corrupção moral de uma nação que foge da fé no Deus vivo e se refugia nas materialidades que acabam por se tornar os seus deuses pagãos não é capaz de suprir a necessidade essencial da alma humana por seu criador.

Pode até não se acreditar, mas enquanto houver dia e noite, frio ou calor, sentiremos a necessidade do Criador, ansiaremos ainda que inconscientemente a sua redenção. Mas ainda assim, com toda essa sede humana por um Deus que não conhecem, continuarão tateando no escuro por um deus que pensam conhecer, escolherão as águas sujas das piscinas e das cisternas da egocentricidade, da ansiedade e do materialismo humano do que as fontes de águas vivas que o Reino de Deus despeja sobre aqueles que o buscam em primeiro lugar.

Em um dia quente como hoje não tive muitas oportunidades de escolha, poderia ter ficado com as águas cor de barro do Rio Dourados que a cada vez que passam por mim se tornam novas do que ter me enfiado em uma piscina suja e cheia de lodo e de águas velhas.

Alegoricamente o homem procura muitas vielas pensando ser o caminho. Assim como eu buscava soluções para minha sede, para o meu calor corporal, assim como os cananeus esperavam encontrar vida em um deus que nunca existiu de verdade. A verdade é que a natureza revela que nada criado por nós substitui o que foi criado por Deus e que nunca os nossos deuses pessoais serão capazes de substituir o Deus mais pessoal que eu conheço e ele só é pessoal assim por que é Emanuel.

Por fim quando o criado de Elias vê a nuvem do tamanho da mão de um homem descobre que as possibilidades de Deus agir nas nossas limitações são infinitas. Aliás em Jesus Deus se limita, se fragiliza na nossa humanidade, se revelando ainda mais divino na sua própria humanidade. Somente quando somos capazes de olhar com fé para pequenas expectativas esperando e confiando que o Senhor dos céus está no controle de tudo, a vida retorna como que de forma milagrosa e a chuva de Deus cai sobre a nossa vida, trazendo com ela a restauração que lhe é de direito, trazendo a farinha à panela, o azeite ao cântaro e o vinho ao odre, mostrando que a seca pode ser para aqueles que estão em Cristo sinal de fé e provisão para aqueles que abandonam os baais da vida e se apegam ao autor da vida.

Graça e Paz a todos.

3 comentários:

Anônimo disse...

Como dizem aqui no sul "mazzzahhhh" Pr. Guilherme! To vendo que não colocou os cadernos das aulas do Marcelão fora hehe. Parabéns mano, vc eh fera! Aqui no RS tbm anda bem quente... Mas aqui o rio tem água limpinha, ah, e melhor, não tem sucuri! Mas não tem Guilherme Alexandre pra mim conversar hehe. Um grande abraço e Deus continue te ungindo!

Guilherme Alexandre disse...

Valeu mano grande abraço pra ti. e antes de vc fazer alguma piadinha, esses pés das fotos nao sao meus. mas acredite, os pés de muitos crentes são infinitamente piores que esses por que nao levam as boas novas.

JESUS CRISTO É O SENHOR disse...

É caríssimo...só que vc esta desinformado...a seca e a falta de chuva...o aquecimento global e etc...nada tem a ver com Deus ou deuses e sim com um potente aparelho que fica em gakona no Alaska chamado HAARP ou harpa em portugues...aparelho este que altera as condicoes climaticas a direcao dos ventos e aquece a ionosfera...isso faz parte do projeto aurora de controle climatico e que o governo de nosso pais participa...enquanto vc reza eles riem de nós porque se consideram acima de Deus.