Senhor, oleiro
Vaso de barro que não se abre,
Vaso de barro que não se abre,
não se enche com amor,
nem com margarida,
é apenas um vaso sem vida.
O amor perfeito não é estar
com o manto vermelho aos pés,
e sim amar aquele que o tingiu
com seu sangue em amor por mim.
A perfeição do amor
nos exige o regresso à origem.
Nas mãos do oleiro,
tudo se faz novo e perfeito,
revelando aos quatro ventos
o saboroso amor pela vida,
sendo, na talha com lágrimas escuras
do fruto da vinha,
ou no vaso de bromélias coloridas.
Evandro Santin
(Retratos Literários I, Chapecó 2007)
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