"Não sejas demasiadamente justo" – Eclesiastes 7.16.
Não se pretenda justo, demasiadamente justo. O inferno do Legalista queima como fogo lento e frio. De boca tesa, ele caleja os nervos e passa anos sem rir; apaga as luzes para que sua sala permaneça soturna.
Não se pretenda justo, demasiadamente justo. A casa do Puro, caiada de branco, tem a cor alva dos sepulcros. Sem nunca suar, ele só se arrepia pela culpa e sempre ergue um cadafalso para cada nova paixão.
Não se pretenda justo, demasiadamente justo. O caminho do Imaculado se alonga pelas sendas da solidão. Encerrado em seu casticismo, ele teme a mulher, o amigo, a luz do dia e cilicia o prazer, esmaga o desejo, sufoca a alegria.
Não se pretenda justo, demasiadamente justo. A vida do Perfeito é inodora, insossa, incombustível. Revoltado, ele não tolera erros e, intransigente, apedreja os caídos; onipotente, menospreza o irmão.
Não se pretenda justo, demasiadamente justo. O convívio do Lúcido, portador da verdade, é chata. Julgando-se mensageiro do absoluto, ele se acha conquistador da ignorância universal e, convicto, pretende encurralar o ruah divino; dogmático, assombreia a beleza da poesia.
Não se pretenda justo, demasiadamente justo. O mundo do Santo se alicerça na aparência. Máscara, fantasia, cera, encobrem as concavidades da alma, as agudezas do espírito e as asperezas do coração. Escondido em conceitos, ele prefere contraprovar um argumento a dialogar com a subjetividade do interior.
Prefira ser humano, demasiadamente humano. Só os fortes se sabem frágeis. Na exuberância do pecado brota superabundante graça; no esvaziamento narcisístico se revela a face de Deus; no desprezo ao poder encontra-se a vida.
Soli Deo Gloria.
Não se pretenda justo, demasiadamente justo. O inferno do Legalista queima como fogo lento e frio. De boca tesa, ele caleja os nervos e passa anos sem rir; apaga as luzes para que sua sala permaneça soturna.
Não se pretenda justo, demasiadamente justo. A casa do Puro, caiada de branco, tem a cor alva dos sepulcros. Sem nunca suar, ele só se arrepia pela culpa e sempre ergue um cadafalso para cada nova paixão.
Não se pretenda justo, demasiadamente justo. O caminho do Imaculado se alonga pelas sendas da solidão. Encerrado em seu casticismo, ele teme a mulher, o amigo, a luz do dia e cilicia o prazer, esmaga o desejo, sufoca a alegria.
Não se pretenda justo, demasiadamente justo. A vida do Perfeito é inodora, insossa, incombustível. Revoltado, ele não tolera erros e, intransigente, apedreja os caídos; onipotente, menospreza o irmão.
Não se pretenda justo, demasiadamente justo. O convívio do Lúcido, portador da verdade, é chata. Julgando-se mensageiro do absoluto, ele se acha conquistador da ignorância universal e, convicto, pretende encurralar o ruah divino; dogmático, assombreia a beleza da poesia.
Não se pretenda justo, demasiadamente justo. O mundo do Santo se alicerça na aparência. Máscara, fantasia, cera, encobrem as concavidades da alma, as agudezas do espírito e as asperezas do coração. Escondido em conceitos, ele prefere contraprovar um argumento a dialogar com a subjetividade do interior.
Prefira ser humano, demasiadamente humano. Só os fortes se sabem frágeis. Na exuberância do pecado brota superabundante graça; no esvaziamento narcisístico se revela a face de Deus; no desprezo ao poder encontra-se a vida.
Soli Deo Gloria.
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