Como eu já dizia no outro post, a novidade não demora a chegar. Encontrei isso no G1.
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São pulseiras comuns, que qualquer garota usaria para ir ao colégio, feitas de silicone, em cores vibrantes e de aparência inocente. Mas nos últimos dias passaram a deixar muitos pais preocupados com rumores sobre seu verdadeiro significado. Segundo um modismo que surgiu na Inglaterra e chegou ao Brasil recentemente, arrebentar a pulseira de determinada cor obrigaria o portador da pulseira a se submeter ao ato correspondente àquela cor. Pulseira amarela, por exemplo, equivaleria a um abraço. Pulseira preta, a sexo.
Não se sabe como surgiu esse código nem como ele se espalhou entre os adolescentes. Na Inglaterra, as pulseirinhas ganharam o nome de shag bands (algo como “pulseiras da transa”). Lá também surgiu o jogo chamado “snap” (estouro, na tradução do inglês) e o dicionário de cores (leia o quadro abaixo). O assunto chamou a atenção da imprensa e virou motivo de alarde entre pais e educadores quando crianças do ensino fundamental começaram a usar as pulseiras.
Não demorou muito para a novidade se espalhar pela internet e chegar ao Brasil. Redes sociais como Orkut e Facebook têm comunidades dedicadas aos fãs das pulseiras. Uma delas já reunia 40 mil seguidores na semana passada, a maioria perfis de crianças e adolescentes. Embora seja comum encontrar jovens com o braço carregado de pulseiras, parte deles parece desconhecer seu significado. “Eu parei de usar quando descobri, mas vejo um monte de meninas do fundamental usando sem saber”, diz a estudante Bárbara Campos, de 15 anos, aluna de um colégio particular de São Paulo. Seu namorado, no entanto, ainda carrega três pulseiras no pulso: uma preta, uma branca e uma vermelha. “Se outra menina estourar as pulseiras dele, eu vou ficar muito brava.”
Vendidas por camelôs em qualquer cidade grande brasileira, a novidade ficou conhecida por aqui como pulseira cool (legal, na tradução do inglês), pulseira da amizade ou pulseira da malhação. Um pacote com 20 unidades, de cores sortidas, custa cerca de R$ 1. Entre os mais jovens e os que não levam o sentido do snap a sério, as pulseiras também resumem o “currículo” sexual da pessoa. Vale a mesma regra das cores: quem já fez sexo pode exibir sua pulseira preta. Os mais “populares” costumam usar a cor dourada.
Como pais e educadores deveriam reagir diante da conotação sexual de uma inocente pulseira de silicone? “Proibir não adianta, porque o adolescente pode se sentir excluído quando vir que os colegas continuam usando”, diz a psicóloga Denise Diniz, da Universidade Federal de São Paulo. “Os pais devem aproveitar a oportunidade para debater sexualidade em casa.” Os colégios se dividem entre proibir ou ignorar o uso das pulseiras. “Acreditamos que esse jogo não passe de um modismo, mas os pais podem e devem impor seus limites, sem alarde”, diz Silvana Leporace, coordenadora educacional do Colégio Dante Alighieri, em São Paulo. Modismo ou não, não custa nada para os pais dar uma olhadinha no que os filhos andam usando no pulso.
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