por Ariovaldo Ramos
Drummond escreveu o poema: E agora José: Onde ele denuncia um José sem saída!
Quando olho para a TV, as notícias que tem, e as que não se deixa ter.
Quando vejo as imagens que, nessa história, se produz, e quando me recuso a vê-las.
Quando vejo os políticos e os líderes que não sabem nada de Canaã, mas amam estar à frente.
Quando vejo que eles apelam a nós, mas não é por nós que lá estão, embora jurem que sim.
Quando vejo os cristãos tentando salvar o cristianismo de seus líderes e de seus institutos.
Quando vejo a maldade em cristãos.
Quando vejo o lucro subjugando os ideais, seja pela compra ou pela distorção.
Quando vejo o que o "progresso" fez ao Planeta.
Quando vejo os ateus se organizando para preparar o mundo para o valor do nada!
Quando os vejo chamar a isso de evolução.
Quando vejo religiosos sonhando com mulheres de burca e com mãos cortadas.
Quando os vejo chamarem a isso de misericórdia.
Quando ouço o grito dos soterrados, o lamento dos encharcados, o gemido dos famintos.
Quando vejo que o mundo não para, tudo continua igual, como se nada houvesse que exigisse arrependimento.
Quando vejo que, por mais que haja socorro, de fato, a justiça passa ao largo.
Quando vejo que o socorro não conserta.
Quando vejo a sociedade civil sendo subvertida, que, não importa quantas eleições haja, o mundo tem dono.
Me dá um nó na garganta, uma vontade de declamar Drummond e de me deixar ser esborrachado pela pedra no meio do caminho.
Então, olho pra cima... Pressinto a volta de alguém... É mais que profecia.
E volto para a estrada, porque é preciso continuar.
E, a cada imagem dantesca que essa nossa história joga na minha cara, eu olho para cima...
E prossigo... José.
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