29 julho, 2010

A Igreja que eu quero ser

por Guilherme Alexandre


Olá queridos, não tenho o costume de escrever freqüentemente, mas nesses dias Deus tem me incomodado com respeito a sua igreja, que ele conquistou com tanto amor. Acredito ainda que a diferença que a Igreja pode fazer na sociedade é através do amor, que é o amor deve continuar sendo, a nossa maior característica, a nossa maior marca.
Na verdade a palavra igreja já deveria ser sinônimo de diferença e não de desigualdade, deveria ser cheia de poder e não de opressão, deveria ser sinônimo de multiforme Graça e não de sincretismos, deveria ser sinônimo de acolhimento e não de grupos seletos e seletivos, devíamos ter opinião critica e não preconceito.
Hodiernamente olhamos para o mundo e vemos como ele cada vez mais se conduz a perdição pela falta de amor, pelo amor que se esfria e da lugar ao ódio, a opressão, a discórdia. Olhamos a sociedade e vemos assassinatos, roubos, adultérios, e olhamos para igreja, solícitos de não encontrar essas cicatrizes, mas às encontramos de forma disfarçada, dissimulada.
Encontramos os assassinatos disfarçados na falta de perdão, quando concebemos em nossos corações a seguinte afirmação: FULANO MORREU PRA MIM. Vemos o Roubo dentro da igreja não em não dar o dízimo ou às ofertas, mas em não fazê-lo em amor e compreensão pela obra. Somos omissos por que achamos que dando o dízimo estamos isentos de todo o trabalho e de todo evangelho, uso aqui a frase de João batista:
Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura? Produzi, pois, frutos de arrependimento;
Não precisamos só de dizimitas nas igrejas, precisamos de pessoas que se envolvem, e envolvem. É interessante que temos dinheiro para comer um lanche, mas não temos a coragem de abrir nossa casa e nossa geladeira para um estranho faminto, ou ao menos convidá-lo para comer o lanche conosco. Vemos o roubo na vida dos líderes religiosos, quando vedem aquilo que não tem, e põe preço naquilo que é Graça. Vemos os adultérios em nossos pensamentos quando cobiçamos com os olhos aquela (e) que também adultera vestindo uma roupa insinuosa e insanta.
A falta de amor na Igreja tem sido marcada pela falsidade e pela hipocrisia. Hipocrisia como diz João Alexandre:
“enquanto cantamos e dançamos de olhos fechados têm gente morrendo de fome por todos os lados”
. Enquanto pregamos a cura, mas na maioria das vezes não vamos visitar os doentes e ajudá-los a comprar um medicamento quando na maioria das vezes não conseguem encontrar no SUS. Fazemos promoções para fazer viagens mais ainda não vi na minha igreja fazer uma promoção para construir uma casa para o sem teto, fazemos campanha da cesta básica, mas na maioria das vezes só levamos sal e fubá.
Quero uma igreja viva e não morta, quero uma igreja onde o amor não precise ser um mandamento, mas simplesmente o amor. Quero uma igreja de homens e mulheres que se envolvam, de jovens que mesmo que não estejam nas diretas já sejam revolucionários, que pintem na testa Jesus e que na ações queiram se parecer com ele. Quero uma igreja com crianças barulhentas, mas que sejam crianças e não projetos de bandidos, quero uma igreja que o louvor não seja realizado somente pelo Ministério de Louvor, mas também pelas crianças barulhentas e por adultos que compreendam esse barulho como um chamado a amá-las.
Quero uma igreja que faça uso da infraestrutura que temos não somente para fazer junta panelas, casamentos e comemorações, mas para servir ao Reino servindo ao próximo.
Quero uma Igreja onde EU pastor viva o que falo e que meus irmãos vivam o que ouvem da minha boca.
Quero uma igreja apaixonada por Jesus não somente nas músicas do David M. Quinlam, mas de fato e de verdade e que esse amor se eternize e se humanize por que é pra isso que fomos chamados.

Um comentário:

Sidi Kauer disse...

Mano precioso! Que Deus continue te agraciando para continuares sendo gracioso e engraçado... Belo texto, sério texto. Cômico e triste: antagônico.
Vamos mano, vamos em frente buscando cada dia pregar de fato o que Jesus deseja que preguemos e então viver de igual modo... Aleluia. Graça, sempre de graça para quem recebe, sempre preciosa para quem concede e para quem reconhece. Abraço mano.
Sidinei