20 novembro, 2009

O Senhor me acolherá - por Eduardo Gazola
















Estava ouvindo uma música que me fez refletir e chorar.



A música é “O sonho de toda criança” da Comunidade de Nilópolis, linda música, verdadeira e profunda.

Lembrei-me de minha infância quando meu pai me ensinou, com atitudes, o que é ser um verdadeiro cristão, quando toda vez que alguém batia a nossa porta ao meio-dia pedindo um prato de comida, meu pai dava-lhe de comer e também lhe dava um copo de suco. Eu mesmo levava o prato para todos aqueles que iam buscar socorro em nossa casa. Por vezes eram famílias inteiras que pelas malesas do mundo não tinham com o que matar a sua fome e pediam socorro a um estranho. Em nossa casa sempre fazíamos o suficiente para a nossa família comer sem sobrar, depois das primeiras vezes, que vieram pedir socorro, passamos a fazer mais comida para socorrer também a esses que não tinham como se fartar.

Incrível como pregar o socorro hoje em dia está fora de moda.

Só se fala em benção, “Quem não quer ser abençoado?” Essa é a frase mais freqüente em nossas igrejas. Certa feita ouvi um sábio dizer:

- Deus nos fez sal da Terra, os homens nos colocaram em um saleiro!

Ele tinha razão. Quão difícil é viver o evangelho do Reino num mundo aonde só se ouve o que agrada aos ouvidos.

Num culto recente, em uma igreja aonde juntei-me aos irmãos para cultuar à Deus, pude mais uma vez comprovar a teoria de que pouco importa o conteúdo da palavra pregada, importa algumas palavras-chave e a entonação do pregador, mesmo que ele não diga nada, se ele gritar e dar um glória! O povo grita e vibra, bate palmas e usa os jargões já famosos e conhecidos.

O evangelho anda preso em saleiros, sem dar gosto ao mundo, sem acrescentar-lhe o sabor de Cristo. O evangelho é muito pregado, pouco vivido. O mundo precisa experimentar o evangelho na vida dos cristãos e não mais em suas bocas.

As igrejas hoje dão mais ênfase em como administrar sua vida financeira e menos em alcançar o próximo, em socorrer os feridos, de corpo e de espírito também. É claro que não falo de todas, mas terrivelmente falo da maioria. Cada dia mais preocupados em resolver seus problemas, seu próprio nariz e menos do próximo, do aflito, do necessitado. Cada um no seu quadrado, diz o popular.

Resta ao aflito clamar: “Aba Pai, o Senhor me acolherá!”.

E a nós, povo de Deus, ser o braço de Deus acolhendo ao que clama.



Em Cristo,
Duda.


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